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Novo Hyundai HB20 TDGI é esperto, econômico e traz design polêmico
Nova geração do compacto passou por uma profunda e caprichada mudança visual

A segunda geração do compacto da Hyundai passou por uma profunda e caprichada mudança. A versão topo de linha, batizada de TDGI ganhou motor 3 cilindros turbo, com injeção direta, elevando o modelo a um novo patamar em que tecnologia, potência e economia o transformam numa das melhores opções do segmento, até agora dominado apenas pelo Polo TSI.
O design polêmico, que ao vivo convence bem mais do que pelas fotos, não ofusca o excelente nível do acabamento e o design do interior, que levam o modelo a um patamar superior.
Graças à injeção direta, o motor três cilindros turbo da Hyundai rende 120 cavalos e 17,5 kgfm de torque tanto na gasolina quanto no etanol, enquanto o rival da VW oferece 128 cavalos e 20,4 kgfm. Os dois modelos contam com transmissões automáticas de 6 marchas com shift pads, que são as borboletas de mudança de marchas que ficam atrás do volante.
Apesar da diferença de potência, o HB20 surpreende pelas excelentes arrancadas, boas retomadas de velocidade e pelo consumo moderado. Durante a nossa avaliação o compacto da Hyundai fez médias combinadas cidade-estrada de 12 km/l.
Teto Flutuante
Durante nossa avaliação o HB20 fez médias combinadas entre cidade e estrada de 12 km/l .
O design da carroceria do HB20 mudou bastante na dianteira e em vários pontos da lateral, com novos vincos e acabamentos. Uma das alterações mais atraentes pode ser vista na coluna C, que ganhou uma cobertura plástica criando um efeito que separa o teto do restante da carroceria, chamado pela Hyundai de “teto flutuante”.
Acabamento surpreende
O HB20 sempre se destacou dentro do segmento dos compactos pelo excelente acabamento interno, com peças bem encaixadas e materiais de qualidade. A nova geração leva esse cuidado a um outro nível, com muitos detalhes pensados para transmitir a sensação de que você está a bordo de um carro de categoria premium superior. A Hyundai caprichou tanto que até as caixas de roda no interior do porta-malas tem revestimento plástico na cor do interior.
Nós avaliamos a versão Diamond Plus, que é a mais completa, que faz uma inusitada combinação de cores: marrom, preto e azul. O painel e os bancos de couro são num discreto tom de marrom e traem detalhes em azul, que aparece numa faixa que sai da porta direita até o centro do painel e em detalhes nas costuras dos bancos. Chique!
O desenho do painel mostra que foi cuidadosamente elaborado, com um destaque especial para a tela do multimídia destacada do restante.
O cuidado com a ergonomia também fica evidente com o volante que pode ser ajustado na altura e profundidade, nos assentos envolventes e no descanso de braço central. Como a distância entre-eixos da nova geração ficou um pouco maior, melhorou o espaço para as pernas para quem viaja na frente e, principalmente no banco traseiro.
Graças à chave presencial na versão topo de linha, para ligar o carro basta acionar um botão no painel. Porém... e sempre aparece um porém, o botão roubou o espaço onde na versão anterior você acessava o computador de bordo. Agora para ver as informações você deve apertar um pino no painel de instrumentos, que serve também para zerar o hodômetro parcial...
Mas o HB20 compensa essa mancadinha com um monte de itens de segurança que vão do controle de estabilidade, alerta sonoro de saída de faixas e a frenagem de emergência automática até 50 km/h, que é acionado caso o motorista não reaja imediatamente. Esse é um equipamento importante que ajuda a evitar desde pequenas batidas por distração até um atropelamento acidental.
Nervoso e confortável
O motor 3 cilindros usa injeção direta de combustível e trabalha afinado com a transmissão automática de 6 marchas
Caso você não se lembre, o HB20 já teve uma versão turbo, que não caiu no gosto do consumidor... Mas não é nem de perto nada que lembre o 1.0 TGDi. Para começar, o motor 3 cilindros de 998 cm3 conta com injeção direta de combustível e está perfeitamente afinado com a transmissão automática de 6 marchas.
O HB20 TGDi arranca gostoso, sem arroubos exagerados e muito menos a sensação do turbo leg, que é quando o carro dá coices cada vez que o turbo enche. Os 120 cavalos vem com vontade mas sempre valorizando o conforto. As trocas de marcha são sempre suaves e rápidas. Uma delícia de dirigir! Ah, e sem esquecer da economia, com excelentes marcas tanto na estrada quanto na cidade.
Nós fizemos médias combinadas, cidade e estrada, de 11,8 km/l na gasolina. Na cidade, o sistema start-stop, que pode ser desativado pelo motorista ajuda, e muito, na redução do consumo.
Um outro senão é para o valor da versão topo de linha, a única que conta com o excelente TGDi que chega aos R$ 77.990. Quem sabe a Hyundai não se anima e disponibiliza essa motorização para as outras versões também...
Quanto ao estilo polêmico da dianteira a gente se acostuma rápido e esse detalhe do design deixa de incomodar, principalmente pela qualidade do projeto. Um amigo me perguntou: “Você compraria?”. Minha resposta é: Sim! Compro e recomendo!!!
©Joaquim Rimoli | AutoMotori 2019