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Híbrido é tudo igual? Conheça as diferentes tecnologias e entenda a diferença
Com a febre dos carros elétricos o consumidor anda perdido no meio de tantas siglas e tecnologias novas. Afinal, passamos anos acostumados à simplicidade dos carros a combustão, não é?
Antes de entrar nos híbridos, quero fazer um rápido resumo dos modelos 100% a bateria...
Se por um lado os elétricos fazem a alegria dos seus donos rodando na cidade, na estrada sua autonomia vira um enigma, que transforma essa turma num verdadeiro pesadelo.
Num elétrico, diferente do que estamos acostumados, a autonomia, ou a quantidade de quilômetros que o carro consegue rodar com uma carga, varia conforme um monte de fatores, entre eles a temperatura ambiente, se a pista está seca ou molhada e, principalmente, se o pé direito do motorista é pesado.
Assim, um modelo que tem autonomia de 450 km completamente carregado é uma verdadeira maravilha quando roda no trânsito urbano, inclusive recarregando o que consumiu toda vez que você tira o pé do acelerador ou freia.
Mas basta entrar numa estrada para que esses números comecem a desmanchar rapidamente, criando uma sensação de desespero ao motorista que não sabe até onde vai chegar. E não vou falar no tempo que você gasta para recarregar as baterias..
Leia a matéria que fizemos com o Kwid elétrico (Clique aqui) para entender o perrengue de rodar numa estrada. Aliás, lá no AutoMotori e aqui no Test Drive você encontra vários testes que fizemos com vários modelos 100% elétricos.
Deixando de lado a polêmica sobre o que é melhor, 100% elétrico ou a combustão, nosso papo hoje é sobre uma turma muito eficiente, que une o melhor dos mundos dos elétricos e dos carros a combustão. São os famosos híbridos.
Meia muçarela, meia calabresa
A priori, os carros híbridos combinam de forma inteligente a eficiência dos elétricos rodando na cidade e a autonomia e a tranquilidade dos carros a combustão quando se roda na estrada. Mas um alerta importante!! Carro híbrido não é tudo igual e é aí que a coisa fica um pouquinho mais complicada de entender...
Então, vamos aos vários tipos de híbridos:
Híbrido Leve (MHEV), também conhecidos como Mild Hybrid Electric Vehicles, são os mais simples. Neles, o motor elétrico não traciona as rodas sozinho. Ele conta com um pequeno gerador elétrico que auxilia momentaneamente, aumentando a potência e o torque em situações específicas, como ultrapassagens. O problema é que o consumo é quase o mesmo de um modelo a combustão...Carros como o Kia Sportage, Audi A3, Caoa Chery Tiggo 5X, Mercedes-Benz Classe C e Land Rover Discovery utilizam sistemas híbridos leves.
Híbrido Convencional (HEV) ou Hybrid Electric Vehicles, contam com baterias e motores elétricos que auxiliam o motor a combustão o tempo todo. Diferentemente dos híbridos leves, esse tipo de conjunto eletrificado pode mover as rodas e alguns modelos permitem rodar em modo totalmente elétrico em trajetos curtos e a baixa velocidade. O Toyota Corolla Cross é um exemplo de híbrido convencional, que é capaz, ainda de rodar com etanol ou gasolina.
Híbrido Plug-in (PHEV) ou Plug-in Hybrid Electric Vehicles, também combinam motores elétricos com outro a combustão para tracionar as rodas. A diferença é que têm uma bateria maior e que pode ser recarregada na tomada como os 100% eletricos. O BMW i8 é um exemplo de híbrido plug-in.
Híbrido Misto também conhecidos como série-paralelo, combinam características dos híbridos em série e em paralelo. Eles podem operar tanto com o motor elétrico quanto com o motor a combustão, de forma independente ou simultânea, rodando elétrico ou a combustão.
Tá achando que acabou? Não, tem ainda o e:HEV, usado pelo Honda Civic Hybrid.
Esse é um sistema com uma tecnologia diferente, que não se encaixa nos padrões tradicionais de híbridos.
Tecnologia e:HEV
O sistema híbrido do Honda Civic, chamado de e:HEV (Hybrid Electric Vehicle) difere significativamente de outros modelos de híbridos no mercado brasileiro.
Ao contrário do que normalmente ocorre em híbridos, o Civic e:HEV privilegia muito mais o uso do motor elétrico, com três modos de funcionamento:
EV Drive: Nesse modo, o carro utiliza apenas o motor elétrico para se locomover. É ideal para trajetos curtos e de baixa velocidade.
Hybrid Drive: Nesse modo, o motor a combustão atua como gerador, transformando a energia cinética do propulsor aspirado em energia elétrica. Essa energia abastece a pequena bateria posicionada à frente do eixo traseiro.
E finalmente o Engine Drive, quando o motor elétrico recebe a energia gerada e a envia para as rodas, funcionando como motor de tração.
O pulo do gato do Civic e:HEV está no fato de que os motores a combustão e elétrico não atuam de forma simultânea para tracionar o Civic na maioria das situações, ao contrário de híbridos como o Corolla.
Em altas velocidades, o motor a combustão trabalha com mais eficiência, evitando a necessidade de uma geração excessiva de energia elétrica, o que aumentaria o consumo.
Passamos a última semana rodando com o Civic Hybrid e, além de toda a tecnologia embarcada, como o piloto automático auto adaptativo, que transforma o sedã quase num carro autônomo, ele mostrou que dá um baile nos concorrentes.
Para começar a média de consumo superou os 19,9 km/l e chegou a marcar 32,6 km/l rodando no trânsito da capital! Um show de economia que coloca o Civic como uma alternativa inteligente e muito bem adaptada à realidade brasileira, unindo as vantagens dos 100% elétricos à segurança e o conforto de poder viajar num carro a combustão.
Para ter um Civic desse na garagem você precisa desembolsar R$ 265.900, preço um pouco abaixo de um SUV elétrico ou a combustão.
Se você quer saber mais do Civic Hybrid, leia a matéria que o AutoMotori produziu clicando aqui.
©Joaquim Rimoli | AutoMotori 2024